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Susn

de Herbert Achternbusch


estreia em Coimbra, a 24 de Março de 1993

Teatro Académico de Gil Vicente

total de espectáculos - 26 (Coimbra, Porto e Lisboa)
total de espectadores - 2.238


4ª produção - A Escola da Noite©Março1993


Ficha Técnica:
•••Tradução: Idalina Aguiar de Melo.
•••Encenação: António Augusto Barros.
•••Elenco:
•••••••••Susn > Sílvia Brito, Isabel Leitão, Sofia Lobo e Lígia Roque.
•••••••••Padre > Carlos Sousa
•••••••••Escritor > Carlos Gomes
•••••••••Figurantes > Miguel Amado, Adriano Cristino, Ricardo Silva, Domingos Moreira e Benjamim Pinto.
•••Cenografia: Fernanda Fragateiro.
•••Figurinos e Adereços: Fernanda Fragateiro e José Fragateiro.
•••Música: António Andrade.
•••Desenho de luz: José Neves.
•••Assistência de encenação:José Vaz Simão.
•••Assistência de cenografia:José Fragateiro.
•••Dossier do actor: António Augusto Barros, José Vaz Simão e Ana Rosa Assunção.
•••Grafismo: Ana Rosa Assunção.
•••Fotografia: Susana Paiva.
•••Direcção de cena: Otelo Lapa, Sofia Lobo e Carlos Sousa.
•••Produção executiva: Rui Valente e António Jorge.
susn

Linguagem
"Susn" é também a história da linguagem, da linguagem na vida e da vida enquanto linguagem.

— a princípio, na adolescência, a linguagem é balbuciante, entrecortada, interrompida, como que a acompanhar e a definir uma forma de construção (a da personalidade de Susn);
progressivamente mais clara e amadurecida, como voz própria, até degenerar, ceder lugar ao silêncio e a outra personagem;
— o escritor, que se vinha metendo na personagem, não resiste e cede à sua vontade de interferir (fá-lo em nome próprio sob o nome do escritor que escreve a peça, Herbert Achternbusch) conquistando o papel habitual do homem que não sabe falar com, mas apenas em vez de (de Susn, obviamente, que se cala em absoluto — ou quase — no último quadro); o escritor fá-lo em nome de argumentos racionais, lógicos, repondo uma "certa verdade histórica" que Susn, com as suas histórias confusas e pouco lógicas, tinha distorcido. Defende-se como marido de Susn mas também defende o pai de Susn contra a mãe, num tom que pode ser o do escritor mas também poderia ser o do padre, o do professor ou o do advogado.

— Herbert Achternbusch, ao inventar-se como personagem, vem lembrar que a construir aquela história (diegese) - ficção e aquela correspondente verdade, está precisamente um homem, que é o escritor Achternbusch. Ao deixar a espingarda que vai servir para matar Susn, mostra claramente quem fica com a caneta.

Susn nunca chega a ser completa ou lógica, como se nunca pudesse ser proprietária da sua linguagem.
Abandona mesmo algumas histórias a meio (deixando o público, como o padre, a salivar, a meio de um frenesim confessional), como se se esquecesse das palavras ou deixasse de se interessar por elas.

No quarto quadro diz saber como se controla a linguagem (constrói), mas abdica de o fazer segundo a norma. Deixa cair as guardas, desleixa-se, por preguiça, para a falar como os outros, os de baixo. A sua vida deixa de ter um rumo também, deixa-se ir na corrente. Praguejando ainda, abandona-se ao que os outros lhe reservam.

O escritor Herbert Achternbusch assume toda a herança masculina da família, assume por completo toda a sua história, construindo uma ficção e assinando-a no próprio seio da escrita. Com a ficção que inventa, ele não pretende descomprometer-se ou distanciar-se.

in programa do espectáculo. Saiba mais sobre os conteúdos do programa aqui.

Sobre este espectáculo:

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