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Quem Come Quem

de vários autores

estreia em Coimbra, a 5 de Julho de 2000

Teatro Académico de Gil Vicente

total de espectáculos - 8 (Coimbra, Braga e Porto)
total de espectadores - 1.870

22ª produção - Cena Lusófona, A Escola da Noite, Companhia de Teatro de Braga, Teatro Vila Velha©Julho2000


Ficha Técnica:
•••Encenação: Stephan Stroux.
•••Elenco:
•••••••••Aires António Major (São Tomé e Príncipe), Amor de Fátima Mateus (Angola), António Jorge (Portugal), Arlete Dias (Brasil), Bia Gomes (Guiné-Bissau), Fernando Candeias (Portugal), Jaime Monsanto (Portugal) José Évora (Cabo Verde), Melquisalem Sacramento (Brasil), Mestre Capitão (Angola), Rogério Boane (Moçambique), Simone Iliescu (Brasil), Sofia Lobo (Portugal) e Tilike Coelho (Brasil).
•••Dramaturgia: Sebastião Milaré.
•••Cenografia: Stephan Stroux.
•••Figurinos: Ana Rosa Assunção.
•••Desenho de luz: Stephan Stroux.
•••Adereços: Stephan Stroux.
•••Assistência de cenografia e adereços: Cristina Lucas.
•••Assistência de desenho de luz: Nuno Patinho.
•••Coordenação de produção: Cristina Henriques.
•••Produção executiva: Cristina Henriques, Daniela Queirós e Rui Valente.
Quem come quem

quem se interroga já percebeu?

Este trabalho, que agora se estreia em Coimbra e Braga depois de quase dois anos de viagem, consagra uma nova realidade – a existência de uma rede activa de cooperação teatral na lusofonia, capaz de gerar sinergias para a concretização de novos projectos numa escala impensável há uns anos atrás.

Neste sentido "Quem come quem" é uma grande criação colectiva que,

•••• sem A Escola da Noite, a Companhia de Teatro de Braga e o Teatro Vila Velha, da Bahía, estruturas de criação artística que apoiaram e enriqueceram esta ideia desde o primeiro momento,

•••• sem a Escola Nacional de Artes Visuais (Moçambique), sem o Mindelact (Cabo Verde), sem o Elinga-Teatro (Angola), nossos parceiros na organização dos workshops africanos,

•••• sem o Centro Cultural de São Paulo (Brasil), onde se fechou o ciclo de formação e de pesquisa deste projecto,

•••• sem o Teatro Académico de Gil Vicente, que aderiu com entusiasmo a ponto de abrir as suas portas a uma estreia, onde sempre se arrisca tudo,

•••• sem o patrocínio do Ministério da Cultura Português e do secretariado executivo da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), neste último caso uma honra que é concedida, pela primeira vez, a um projecto da Cena Lusófona, facto que nos agrada realçar,

sem estas estruturas, sem esta rede de afectos, cumplicidades e apoios concretos, dos maiores aos menores, "Quem Come Quem, dizíamos, não teria chegado ao palco.

Na hora de começar o espectáculo, o projecto ganha catorze rostos concretos a quem, na sua frágil solidão de actores, pedimos que resgatem infâncias, memórias essenciais, comunidades, povos inteiros, continentes. Pedimos tanto a quem só pode a humana e presencial tentativa...

Mas eles aí estão, os actores, de olhos vendados, prospectores da inquietação humana, atirados para o campo da batalha com a incumbência de descobrirem se seremos capazes de nos entender.

Ariane Mnouchkine dizia que representar é ficar nu em palco. Todo o roteiro deste trabalho é escrito em cima do processo de desnudamento que cada actor empreendeu, em busca da sua verdade, de uma consciência revisitada da identidade pessoal e social. Este processo de desnudamento, ofertado por todos a todos, foi aqui reelaborado por Stephan Stroux e Sebastião Milaré, constituindo a própria matéria do espectáculo.

Este desnudamento sacrificial que o teatro promove para que se possa começar a representar, a dialogar, é também a sua mensagem simbólica de futuro.

Por isso, este espectáculo, marcando o fim de um ciclo, ficará sempre como referência nesta longa caminhada de intercâmbio, neste novo descobrimento dos outros que nos força, em simultâneo, a uma auto-avaliação – o que queremos com este diálogo? o que temos nós para dar neste processo de troca? que marcas e valores transportamos nós das comunidades que somos? que imagem têm, hoje, os outros de nós?

Também aqui estas perguntas, eternamente vigilantes e eternamente adormecidas a cada passo que damos, dirigem-se tanto à vida quanto ao interior do teatro, tanto ao discurso quanto ao método.

António Augusto Barros, Cena Lusófona, Junho 2000
in programa do espectáculo. Saiba mais sobre os conteúdos do programa aqui.

Sobre este espectáculo:

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